Entenda o por que alguns pacientes graves melhoram momentos antes de falecer?

A morte é um tema inevitavelmente complexo e multifacetado, envolvendo aspectos físicos, emocionais e espirituais.

Um fenômeno intrigante e relativamente comum observado em pacientes terminais é a chamada “melhora momentânea” antes do falecimento.

Este breve período de aparente recuperação ou estabilidade pode ser desconcertante para familiares e profissionais de saúde, levantando questões sobre sua natureza e causas subjacentes.

Um dos fatores fisiológicos que podem contribuir para a melhora momentânea é a liberação de endorfinas.

As endorfinas são neurotransmissores que atuam como analgésicos naturais, aliviando a dor e proporcionando uma sensação de bem-estar.

Em situações de estresse extremo ou dor intensa, como no caso de pacientes terminais, o corpo pode aumentar a produção de endorfinas como um mecanismo de alívio.

Este aumento temporário na quantidade de endorfinas pode resultar em uma sensação de conforto e bem-estar, dando a impressão de uma melhora clínica.

Outro fator relevante é a redução do fluxo sanguíneo para o cérebro, um fenômeno comum em pacientes próximos da morte.

Esta diminuição pode levar a uma redução na consciência e na percepção dos sintomas físicos, como a dor.

Como o cérebro é responsável por processar as informações sensoriais, uma atividade cerebral reduzida pode significar menos percepção de dor e desconforto.

Para os observadores, isso pode parecer uma melhora no estado geral do paciente.

A tranquilidade emocional é um componente crucial no processo de morte. Pacientes terminais frequentemente experimentam medo, ansiedade e angústia.

No entanto, em muitos casos, o paciente pode alcançar um estado de aceitação e paz, especialmente se estiver cercado por entes queridos ou recebendo cuidados paliativos eficazes.

Medicamentos que ajudam a controlar a dor e a ansiedade também podem contribuir para uma sensação de tranquilidade. Esta serenidade emocional pode ser percebida como uma melhora momentânea.

A presença de familiares e amigos, bem como a atenção e o cuidado dos profissionais de saúde, desempenham um papel significativo na experiência do paciente terminal.

A sensação de ser amado e cuidado pode proporcionar conforto emocional e físico, melhorando temporariamente o bem-estar do paciente.

A comunicação aberta e empática, juntamente com intervenções de cuidados paliativos, pode ajudar a reduzir o sofrimento e a ansiedade, contribuindo para essa sensação de melhora.

Em resumo, a melhora momentânea antes da morte é um fenômeno multifatorial que pode ser explicado pela combinação de liberação de endorfinas, diminuição da atividade cerebral e tranquilidade emocional.

Cada paciente é único, e a experiência da morte é profundamente individual.

Este período de aparente recuperação deve ser visto com respeito e cuidado, tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos familiares, como parte do complexo processo de fim de vida.

A compreensão desse fenômeno pode ajudar a preparar emocionalmente os entes queridos e a equipe médica para o inevitável, oferecendo um suporte mais compassivo e informado ao paciente em seus momentos finais.

A morte, sendo uma parte natural da vida, deve ser acompanhada de dignidade, respeito e empatia, proporcionando conforto tanto ao paciente quanto aos que o cercam.

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